MISSÃO EM MOZAMBIQUE

MISSÃO MOÇAMBIQUE

Na Assembléia anual do COMIRE-Conselho Missionário Regional em dezembro de 2010, os participantes acharam que era tarefa prioritária do Conselho sensibilizar as Igrejas do Regional em assumir a responsabilidade da missão AD GENTES e na missão Ad Gentes ALÉM FRONTEIRAS.

A abertura de uma missão do Regional na África devia ser o sinal visível deste compromisso e estímulo permanente para que toda a igreja se torne missionária. A Igreja na Amazônia é chamada a “dar de sua própria pobreza”, passo necessário para se tornar igreja adulta.

Logo em seguida o COMIRE iniciou esta tarefa propondo assumir, junto ao Regional Norte 5 da CNBB a missão de Lichinga, no Moçambique. Ai começou a proposta/diálogo com os bispos, paróquias, comunidades.

O subsídio : “Discípulos e Missionários no 3º milênio relata o crescer deste diálogo e a formulação de um projeto específico. Mesmo no restrito grupo do COMIRE e no Conselho formado em vista da realização do projeto missionário, ou entre os bispos, a maneira de conceber esta missão, a metodologia a ser usada diferem e o próprio diálogo emperra, cada um querendo impor e, as vezes, impor as próprias idéias. O livrinho é a proposta que a missão nasça através de um mutirão tanto na formulação do projeto missionário quanto em sua realização.

Você que lê esta proposta, você membro do COMIRE, você que quer responder ao convite de Jesus : “Ide no mundo inteiro e pregai o Evangelho a todas as criaturas!”, você que se sente chamado a ser missionário/a na terra africana, participe e dê a sua colaboração.

Aqui vai o histórico do projeto:

 

MISSIONÁRIOS

ALÉM

FRONTEIRAS

 

MISSÃO MOÇAMBIQUE: 2012-2016

COMIRE NORTE 2

Roma: 17 de outubro de 2011

Caríssimos irmãos e irmãs,

Quando iniciei a escrever este livrinho pensei que o meu seria um chute e muito mais pessoas poderiam contribuir. Não foi assim! Apesar dos convites, apesar da experiência que muitos de vocês tem na formação e na vida missionária; não recebi aportes. Concebi esta missão, desde o começo, como algo sonhado, construído e realizado em comum. Só assim a missão tem sentido. A missão é de Deus, mas Ele não revela a sua vontade individualmente. A comunidade precisa se abrir ao Espírito e, ao mesmo tempo, usar de sua inteligência, sua experiência, sua capacidade de discernimento e de confronto. Este trabalho preliminar nos dará segurança e certeza que Deus está no nosso caminho e que nós estamos no caminho de Deus.

Deus convida, mas realizar a missão é tarefa nossa.

E Deus disse a Moisés: “Diga ao povo que avance!” Ex.14

A resposta depende de nós. “Avançaremos!”

Padre Nello Ruffaldi

 

APRESENTAÇÃO

Durante a 47ª Assembléia Geral, em maio de 2009, a CNBB acolheu de forma expressiva o apelo que vinha da Amazônia e selou um pacto de apoio fraterno e concreto ao episcopado e às comunidades desta vasta Região do Brasil.

Ao mesmo tempo a Amazônia é beneficiada há longo tempo, até os dias de hoje, pela presença de missionários e missionárias, vindos de muitos países e continentes.

Chegou a hora da Amazônia dar também de si e assumir o compromisso missionário ALÉM FRONTEIRAS.

Neste momento o chamado à missão, não somente para padres e religiosos/as, mas principalmente para leigos, é para a África e mais precisamente para Lichinga, em Moçambique, onde já estão atuando missionárias leigas brasileiras. Este foi o chamado que a assembléia do COMIRE, realizada em dezembro de 2010, acolheu como apelo de Deus para as Igrejas do Pará e Amapá.

Como meio para iniciar o processo de engajamento na missão e sua realização, assumimos o estudo n.º 100, da CNBB, intitulado “Missionários/as para a Amazônia”, adaptando-o à missão Além Fronteiras.

O subsídio virou: “Missão Moçambique 2012- 2015”.

Este subsídio pretende desencadear um mutirão para finalizar este pequeno manual que nos oriente desde a captação de recursos humanos até sua realização no trabalho de Evangelização.

A partir da Assembléia do COMIRE, Padre Nello Ruffaldi, como Coordenador, pediu um pequeno espaço na reunião privativa dos Bispos do Regional, em fevereiro, para apresentar a proposta.

 

Segue a proposta apresentada:

Rev.mos Bispos das Dioceses e Prelazias

do Regional Norte 2 da CNBB

Belém: 28 de fevereiro de 2011

Senhores bispos,

Sou o Padre Nello Ruffaldi, coordenador do COMIRE Norte II.

Na última assembléia do COMIRE- Conselho Missionário Regional, em 10-12 de dezembro 2010, fui escolhido como Coordenador deste Conselho. Levando em conta a proposta já debatida durante o ano de 2010 e reconfirmada na última assembléia, o Comire está propondo que as Igrejas do Regional Norte 2 da CNBB iniciem uma missão na África, com paraenses e amapaenses, como expressão visível e concreta do compromisso missionário Além Fronteiras. Acreditamos que este seja um caminho para fortalecer a fé e renovar o compromisso cristão do nosso povo.

Falando em paraenses e amapaenses, pensamos inicialmente em missão leiga, isto é, missão de leigas. De fato quem se dispõe a ir à missão africana são leigos e mais precisamente leigas. Porém, se a missão iniciar com leigas, é desejável que, futuramente, seja integrada por leigos e também por padres diocesanos.

Pensamos na missão como um caminho de duas mãos: Não só vamos para a África para dar de nossa pobreza, mas esperamos receber da riqueza da Igreja e dos povo africanos, para que as nossas comunidades possam ser animadas e cresçam no espírito e ardor missionário, mesmo internamente.

Um empreendimento deste porte exige reflexão, consultas, acompanhamento, avaliações tanto no regional como no País africano onde pretendemos ir. Precisamos definir os critérios para o engajamento e a preparação de missionários e missionárias; garantir o sustento, tanto das pessoas dos missionários e missionárias, como o da missão. Definir o tipo de missão que a situação da diocese da África, aonde iremos, demanda. Definir a vivência missionária através de um diretório que defina as normas de relacionamento e o estilo de missão que pretendemos.

Propomos que a nova missão se apóie, pelo menos inicialmente, no Projeto África Moçambique – Lichinga, assumido pelos Regionais Maranhão e Piauí, sob a responsabilidade de Dom Armando Martin Gutierrez- FAM, bispo de Bacabal – MA, com o aval e a permissão daquele regional. Este fato nos dá a vantagem de nos apoiar numa equipe já existente e estruturada que garanta a adaptação e acompanhamento de nossa equipe missionária, pelo menos no primeiro ano. Futuramente a equipe aumentada poderá ampliar o trabalho. Porém até esta modalidade está em aberto: abrir um espaço específico para os paraenses e amapaenses ou somar forças com os brasileiros já atuantes?

Em nossas comunidades já existem pessoas dispostas para a missão. Após definir a possibilidade de nosso regional assumir a Missão, precisamos definir um processo e critérios de discernimento e preparação. Para isto estamos pensando em nos basear na metodologia, critério e indicações propostos no estudo 100 da CNBB “Missionários para Amazônia”, com as devidas adaptações.

Se a proposta for aceita e encorajada pelos senhores bispos pedimos que:

A construção do processo e a elaboração da proposta sejam confiadas a uma comissão composta por:

COMIRE Norte 2.

Um bispo do regional

Uma ou mais pessoas com experiência de missão na Amazônia e Além Fronteiras.

Dom Armando e/ou representante do Nordeste 5, caso que os senhores aceitem a proposta do COMIRE.

Formadores de leigos/as e religiosos.

Esta comissão poderá já iniciar o processo e elaborar uma proposta mais definitiva a ser aprovada na Assembléia anual do Regional no mês de agosto.

A comissão também terá como tarefas:

Estabelecer contato com o Regional Nordeste 5 e/ou alguma Congregação Religiosa que achar importante;

Estabelecer contato com uma ou mais igrejas na África estudando a possibilidade de uma missão paraense;

Estabelecer critérios e contato com os candidatos à missão e normas de discernimento.

Esperamos que esta iniciativa encontre o apoio dos senhores bispos e igrejas do nosso regional, que sirva para levar nossa contribuição missionária aos irmãos da África e anime missionariamente as nossa igrejas.

Fraternas saudações

abençoem-nos

Padre Nello Ruffaldi

p/ Coordenação do Comire

Tel: 91- 88862077

E.Mail: padrenello@gmail.com

OBS.

Os bispos aceitaram a proposta, mas manifestaram a preocupação que a missão não fosse uma iniciativa restrita e nascida do entusiasmo de umas pessoas, mas fosse um pedido da Igreja de Lichinga, representada pelo seu bispo. Isto é o que nós mesmos queremos: que seja resposta a um chamado que se manifesta pela necessidade e que a missão seja o resultado de um processo participativo do regional.

Os bispos do Norte 2 pediram contato com o bispo de Lichinga, em Moçambique, para que ele se manifestasse a respeito da missão.

O nome do bispo é Elio Griselin.

Segue a carta do Padre Nello para Dom Élio, datada em 01.03. 2011.

UMA CARTA…

Belém: 03 de março de 2011

Rev.mo e Caríssimo Dom Elio,

Sou o padre Nello Ruffaldi, italiano, do PIME- Pontifício Instituto das Missões, há quarenta anos missionário na Amazônia junto aos Povos Indígenas, através do CIMI. Raimundinha, missionária na sua diocese trabalhou comigo mais de 20 anos e depois no CIMI Nacional.

Atualmente me pediram também coordenar o COMIRE- Conselho Missionário Regional. Em nome deste organismo e a partir de uma idéia que surgiu na ultima assembléia em dezembro do ano passado, reforçada com a vinda da Raimundinha que estava de férias, fizemos uma proposta aos bispos do nosso regional para abertura de uma missão em Moçambique.

O regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB Norte 2, compreende 14 entre Dioceses e Prelazias, dos estados do Pará e Amapá. A proposta foi apresentada aos senhores bispos do Regional Norte 2, reunidos, no dia 28 de fevereiro passado (segue carta em anexo). Os bispos pediram um contato formal com o senhor e uma proposta explicita de sua Excelência em nome de sua Igreja.

Fraternas saudações

Abençoe-nos

Padre Nello Ruffaldi

 

OBS. Dom Élio respondeu no dia 04 de março 2011

…E UMA RESPOSTA

Caríssimos

Recebo hoje a vossa carta e agradeço a Deus.

Passei nestes dias em profunda angústia rezando ao Pai para que me concedesse sinais da sua ternura para com este povo.

Hoje recebo a vossa carta!

O Pai de bondade quer que abrais uma missão em Lichinga!

A Raimundinha já tinha falado comigo e me disse da possibilidade desta vossa disponibilidade para abrir uma missão em Lichinga: era só abrir a porta e esperar. A porta agora está aberta e espero na vossa generosidade e propostas.

Eu vos apresento a nossa realidade de Diocese. Tenho somente 20 padres diocesanos numa diocese de 129 mil quilômetros quadrados e com uma população de mais ou menos um milhão e duzentos mil habitantes: 20 % são católicos, 15% são anglicanos e o resto são muçulmanos.

Clima óptimo em todos os lados e grande futuro na agricultura, turismo, extracção de mineiros, caça na reserva (a maior concentração de elefantes de África!), agropecuária.

Em Cuamba temos uma universidade católica com orientação de agropecuária, e em Lichinga deveria nascer neste ano 2011 uma nova universidade católica ligada à Universidade de Beira, no ramo social ou de pesquisa…. ( tudo a verificar!).

Temos 20 Missões ( Paróquias) espalhadas em todo o território. Cinco Paróquias são vazias (sem pessoal missionário nem de padres nem de irmãs) e confiadas à missão vizinha. A presença “das Consagradas” nas Paróquias existe ( umas 70 irmãs) de vários Institutos, mas principalmente das irmãs diocesanas da Imaculada Conceição: uma congregação de boa formação e de boa perseverança. Já enviamos quatro comunidades delas fora da Diocese: Nampula(1), Maputo(2) e Gurué Missão de Molumbo (1) neste ano ! Sem espírito missionário nas congregações e na Igreja não teremos futuro: apesar de poucos temos que enviar! A Diocese quer abrir mais missões no interior e no Norte.

A relação com os anglicanos é “de casa” e com os muçulmanos é assinalada pelo imenso respeito e colaboração em todas as obras educativas, de saúde, de convivência e de aceitação recíproca: nunca houve motivo de divisão e de dúvida: o bispo de Lichinga é o “seu bispo”.

Depois de duas Assembléias Diocesanas, duas viagens apostólicas em visita pastoral, depois de vários encontros de formação e de comunhão, traçamos algumas linhas pastorais que estamos a aplicar em toda a Diocese.

A linha pastoral vai nestes pontos:

· FORMAÇÃO a todos os níveis e em permanência: ( LINHA DIOCESANA e PLANO ESTRATÉGICO já escrito e em processo de realização)

· Formação das comunidades cristãs e critérios para ser comunidade

· Auto sustentabilidade econômica de cada Paróquia e Diocese, mediante o DÍZIMO de cada cristão.

· Encontros periódicos e constantes de programação e decisão.

Tentamos estradas novas e envolvemos todos: padres, religiosos, religiosas, leigos, animadores e movimentos eclesiais.

Com a vossa vinda estaremos mais lançados na construção do Reino do Pai.

Lichinga e o seu Bispo vos convida e abre todas as portas. Uma vossa visita será de máximo agradecimento.

O Dom Armando já veio e conhece a total nossa disponibilidade.

Rezo, espero, quero converter-me e … agradeço pela vossa disponibilidade.

Sempre ao vosso dispor

+Elio Greselin, bispo de Lichinga

 

A CAMINHADA:

A partir deste inicio o COMIRE iniciou uma caminhada com sua equipe inicialmente reduzida: Padre Nello Ruffaldi, Padre Lino Zucchi, Francisco Barros e Padre André Gamba do COMIDI. Este equipe está sendo ampliada envolvendo mais pessoas (formadores e formadoras em Congregações, leigos experientes, representantes de Pastorais, IPAR e CNBB)

Os bispos do regional Norte 2, na sua reunião de fevereiro, não escolheram um bispo para integrar a nossa equipe como foi pedido. Contamos com Dom Erwin como representante da dimensão missionária no Norte 2. Sabendo de suas múltiplas ocupações, pedimos para delegar outro bispo para integrar a comissão que está conduzindo o processo. Ele fez convite a Dom Frei Bernardo, bispo de Óbidos, que foi confirmado na Assembléia dos bispos em Aparecida.

Como a proposta inicial envolvia a missão do Nordeste 5, entramos logo em contato com Dom Armando, bispo de Bacabal-MA. Ele é representante do Nordeste 5 para orientar a missão em Lichinga iniciada pelo então bispo de Balsa – MA, Dom Franco Masserdotti, já falecido. Dom Armando veio a Belém só para continuar o diálogo com o COMIRE. O encontro foi muito enriquecedor. Dom Armando frisou a necessidade do discernimento e preparação dos missionários e da capacidade de saber viver e trabalhar em comunidade. Ele propõe que as duas missões trabalhem em conjunto. Dom Armando está levando quase que sozinho a responsabilidade da missão. A iniciativa no Norte 2 pelo COMIRE nasceu da base e está crescendo de forma participativa procurando envolver o regional e cada Igreja. Temos certeza que as igrejas continuarão acompanhando. Dependerá de nós sermos ponte deste intercâmbio.

O processo avança e nós continuamos aprofundando e definindo a caminhada para que este projeto de missão no regional Norte 2 se torne uma realidade. Por exemplo, iniciamos a confecção deste livro, “MISSIONÁRIOS ALÉM FRONTEIRAS” como manual de orientação para a missão. Fazemo-lo em mutirão para chegar a propostas mais definidas, através de consultas, experiências já existentes e a contribuição de assessores e da própria comissão.

 

Esperamos, na assembléia do Regional Norte 2 no final de agosto, já ter uma proposta mais definida, principalmente referente aos possíveis candidatos e sua preparação.

Padre Nello programou com Dom Élio e a equipe missionária uma visita à diocese de Lichinga durante o período natalino de 2011 para continuar pessoalmente o diálogo já iniciado. Dom Bernardo e Dom Armando programaram uma visita a Lichinga durante quaresma de 2012.

Belém: 17 de maio de 2011

 

Hoje recebi um E.Mail de Dom Bernardo comunicando que os bispos aceitaram a proposta nossa e de Dom Erwin que ele seja o bispo que acompanha o processo para implementação da missão em Moçambique. Seja bem vindo Dom Bernardo! Contamos que nos ajude com sua experiência e dê mais força e oficialidade às iniciativas do COMIRE.

Tomara que outras pessoas, principalmente com experiência de formação, integrem a Comissão que vai acompanhar o processo,

Padre Nello Ruffaldi

 

VAMOS CONHECER MOÇAMBIQUE

Moçambique é uma ex colônia portuguesa que se tornou independente em 25 de junho de1975, após uma guerra de libertação de 10 anos. A partir da independência foi governada por um regime socialista com partido único até 1986-87. Sofreu uma violenta guerra civil de 1976 até 1992. Atualmente se denomina “República Popular do Moçambique”. Vigora o pluripartidarismo parlamentar e é governada por um regime presidencialista.

Faz parte da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), da SADC, da Commonwealth, da Organização da Conferência Islâmica e da ONU. Sua capital é Maputo, que também é a maior cidade.

Moçambique está situada na costa oriental da África Austral, limitado ao norte pela Tanzânia, a noroeste por Zâmbia e Malawi, a oeste pela Suazilândia e pelo Zimbábue, a sul e oeste pela África do Sul e a leste pelo Canal de Moçambique.

Moçambique tem uma população de 20.069.738 de acordo com o censo de 2007. 37% da população concentra-se nas cidades, e a restante nos campos. As principais cidades são Maputo (931 600 habitantes), Beira (298 800) e Nampula (250 500) (dados de 1991). Apesar da guerra, as catástrofes e epidemias, a taxa de crescimento populacional contínua elevada.

Segundo o censo de 1997, 24 por cento são católicos romanos, 22 por cento são protestantes, e 20 por cento são muçulmanos. O restante pratica a religião tradicional oriunda da cultura BANTU.

Moçambique é reconhecido por seus artistas plásticos: escultores (principalmente da etnia Makonde) e pintores (inclusive em tecido, técnica batik). Artistas como Malangatana, Gemuce, Naguib, Ismael Abdula, Samat e Idasse destacam-se na área de pintura. A música vocal moçambicana também impressiona os visitantes. A timbila chope foi considerada Patrimônio Mundial.

Moçambique é um dos mais pobres países do mundo.

A expectativa de vida é de 42 anos; a mortandade infantil alcança quase 96/entre mil nascidos e a alfabetização é de 38,7%.

 A MISSÃO EM MOÇAMBIQUE

O Bispo nos chama! A Igreja nos convida! Jesus nos convoca!

Moçambique precisa de evangelizadores, porque se os pobres não tem Jesus irão ser ainda mais pobres. Lá o campo social e o campo educacional exigem contribuições especializadas e generosas. Por exemplo, em Moçambique o virus HIV-SIDA (AIDS) é muito frequente e atinge até as crianças. A saúde é precária.

(Veja também, na carta de Dom Élio, a situação pastoral da diocese de Lichinga.)

CONSTRUINDO A MISSÃO EM MOÇAMBIQUE

Motivações que inspiram o compromisso missionário

(Aprofunde com o livrinho “Discípulos e Missionários”, publicado pelo COMIRE em 2010)

Aparecida lembra que Jesus confiou aos seus discípulos ”uma tarefa muito precisa: anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações…..Cumprir esta missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã” – DA 144

E João Paulo II nos lembra que “a missão compete a todos os cristãos, a todas as dioceses e paróquias, instituições e associações eclesiais.” RM 1.

Ainda não houve suficiente despertar para a missão, porque, em parte, continua perdurando a ideia antiga de que ser missionário além fronteiras é tarefa para religiosos/as pertencentes a Institutos missionários.

Certamente, uma das causas desta falta de vibração por esta dimensão se encontra também na falta de motivação e na inadequada formação missionária no processo de educação na fé do nosso povo e nos nossos seminários.

Acreditamos que a melhor educação é assumirmos de fato uma missão, enviar os primeiros/as missionários/as e iniciar um intercâmbio entre as nossas igrejas e a missão na Africa. A partir deste intercâmbio é que iremos experimentar que: “É dando que se recebe”.

A Igreja peregrina é por sua natureza missionária. AG.2 A missionariedade é uma redescoberta do Concílio Vaticano II, como característica constitutiva da Igreja.

A Igreja particular deve tornar-se o sujeito primário da missionariedade.

A vocação universal impele a Igreja particular a sentir-se enviada “Ad Gentes”, “Ad Extra”, “Além Fronteiras”, cumprindo com a tarefa que Jesus lhe confiou “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura”. Mt16,15

Cumprir com a missão é realizar a nossa vocação de cristãos e discípulos, é “testemunhar a fé e a vida cristã como serviço aos irmãos e resposta devida a Deus” RM 11. A missão “é a medida exata da nossa fé em Jesus Cristo” RM 11 e o Evangelho é o maior serviço às pessoas e aos povos porque “corresponde às exigências e as aspirações do coração humano.” O que o missionário anuncia, Deus já o plantou no intimo de nossa natureza e quando as pessoas se encontram com Jesus descobrem que sonhavam com Ele sem saber o seu nome.

II. Dimensão universal da vocação missionária do cristão

10. “Ser missionário”.. não é parte opcional mas parte integrante de nossa identidade cristã. RM 144. Se sou cristão, sou missionário. Discipulado e missão são como as duas faces da mesma moeda. RM 145.

“O discípulo missionário há de ser um homem ou uma mulher que torna

visível o amor misericordioso do pai, especialmente para com os pobres

e pecadores.” RM 147.

 

III. A África chama

11. A Diocese de Lichinga tem seu Plano de Pastoral com algumas prioridades bem definidas. .

· FORMAÇÃO a todos os níveis e em permanência: ( LINHA DIOCESANA e PLANO ESTRATÉGICO já escrito e em processo de realização)

· Formação das comunidades cristãs e critérios para ser comunidade

· Auto sustentabilidade econômica de cada Paróquia e Diocese, mediante o DÍZIMO de cada cristão.

. Encontros periódicos e constantes de programação e decisão.

Pelo relato da equipe do Brasil já atuante sabemos da necessidade de missionários/as que dão testemunho de sua fé através do anúncio da Boa Nova e ao mesmo tempo saibam formar a liderança local cultivando os carismas que o Espírito Santo suscita na própria Igreja local.

A missão não pode limitar-se à pregação e nem à parte pastoral e sacramental, mas deve ser resposta às necessidades mais prementes no campo da saúde e na construção do BEM VIVER, o projeto de sociedade alternativa que tem suas raízes nas culturas originárias.

 IV. A figura do missionário/a na África

O missionário leigo, presbítero ou religioso/a Além Fronteiras em Moçambique é o cristão inserido num projeto missionário. É enviado por uma Igreja e acolhido por outra Igreja, nas pessoas dos bispos e pelas comunidades. Vive sua experiência, formalizada por meio de um convênio, numa perspectiva de comunhão e intercâmbio entre as Igrejas.

O envio de missionários passa através de um processo que prevê: o chamado, o discernimento, a preparação, o envio, a chegada e o caminho da missão.

O chamado é o encontro com Jesus que convida para sermos discípulos e missionário. Exige uma experiência pessoal com Ele, uma paixão e disponibilidade generosa.

O discernimento: é feito pela Igreja/comunidade e leva em conta a maturidade da pessoa, sua vivência em comunidade e sua capacidade e disponibilidade para o diálogo e a inculturação.

Os membros da comunidade devem possuir uma sólida e comprovada maturidade psicológica, humano-afetiva e espiritual, experiência de vida e de trabalho em equipe, e convicta consciência da própria identidade missionária, para enfrentar as dificuldades de convivência e as provenientes da missão.

Os missionários leigos/as ou presbíteros, serão apresentados (por carta do pároco ou acompanhante espiritual) e depois enviados pela sua comunidade/paróquia/diocese num ritual específico que sirva de estímulo para as paróquias e comunidades. O envio pela Igreja, após um processo de discernimento é um dos critérios essenciais para confirmar a vocação missionária.

Os missionários/as terão um bom período de preparação tanto teórica como experiência de convivência.

O envio: A presença da missão na África privilegia todos os pobres, mas quer ser anúncio e testemunho principalmente para os não cristãos. A Igreja em Moçambique tem seus cristãos leigos no exercício de diversos ministérios, para animação das comunidades e das pastorais. Os missionários/as são enviados não para substituir quem já se encontra lá. Por isso é desejável que sejam enviadas pessoas especializadas nas mais diversas profissões, tanto no campo da teologia, Sagrada Escritura, Educação, como na medicina, na medicina alternativa, na educação popular, na agricultura, na antropologia, no trato com as crianças, a partir das necessidades apontadas pelos relatórios, em intercâmbio com a equipe já atuante e os membros da Igreja local.

A chegada: Os missionários/as, conscientes de serem acolhidos pela Igreja moçambicana e pelo povo possuidor de cultura, vida social, modos de relacionar-se com Deus e outras características peculiares, devem procurar conhecer e respeitar as diversas identidades. Procurarão viver o Evangelho da caridade, tecendo relações com discrição, humildade e atenção ao outro.

É essencial a atitude de diálogo e inculturação.

 V. O caminho da missão: o diálogo e a inculturação

A disponibilidade para encarnar-se na vida do povo, numa Igreja, numa ou mais culturas, é uma das exigências para ser Missionário/a Além Fronteiras.

Disponibilidade e capacidade para aprender os elementos básicos da língua nativa.

Partir para a missão, não somente com a intenção de colaborar, anunciar e ensinar, mas também de viver em comunhão e aprender.

O/a missionário/a Além Fronteira não vai para a missão com um projeto próprio, mas como enviado pela igreja de origem e testemunhando a fé desta igreja e para assumir a missão e as opções pastorais da Igreja que o acolhe. E quando volta à Igreja que o enviou, procura testemunhar o que o Senhor está realizando no meio do povo a quem foi enviado.

VI. Atitudes a serem assumidas pelos/as missionários/as

Além Fronteiras

Agir sempre em profunda harmonia com o bispo que o/a acolhe.

Cultivar uma fraterna amizade com os padres locais e com os/as demais missionários/as, brasileiros/as ou não, que trabalham na região. Cultivar fraterna amizade com os agentes de pastoral que trabalham na região. Entrar em sintonia com o povo, procurando entender e aprender de sua cultura. Evitar todo paternalismo e idéia de dependência em relação a este povo.

Incentivar e ser sinal da missão Ad Gentes na Igreja que te recebeu.

Inserir-se na pastoral local, em comunhão com a caminhada e as orientações da Igreja Particular, superando a tentação de impor modelos próprios. Entretanto, tarefa do missionário é enriquecer a Igreja de acolhida com uma contribuição original e construtiva.

Dinamizar a Pastoral Vocacional com objetivo de suscitar agentes locais que, com seus carismas, preencham as necessidades da Igreja Local.

Ter estilo de vida simples, a fim de evitar desequilíbrios ou contra testemunho cristão.

Preocupar-se em se encarnar na nova realidade, sem perder os laços com a Igreja de origem.

Cultivar continuamente a espiritualidade que, a partir da vida e da missão de Jesus Cristo, faz descobrir os sinais de Deus nas atividades e acontecimentos do dia a dia, também em meio às dificuldades e sofrimentos. Contemplando a ação do Espírito de Deus na vida do povo, acolhendo estes sinais na oração e iluminando-os com a Palavra de Deus, o missionário/a encontra aí uma fonte de conhecimento de Jesus Cristo e do dinamismo missionário. O amor à mãe de Jesus Cristo, discípula missionária, contribuirá para fazer crescer e fortalecer a perseverança missionária.

Diálogo com as comunidades nativas. Atitude de acolhida.

Espiritualidade enriquecida com expressões da religiosidade bantu e com o meio ambiente.

 

VII. A comunidade de evangelizadores/as “Além Fronteiras” em

Moçambique, é composta por,leigos/as presbíteros e,

eventualmente, por religiosos/as.

A comunidade será sustentada por uma profunda espiritualidade a partir da caminhada de cada um, tendo como ALICERCES:

A ORAÇÃO:

A leitura Orante da Bíblia diária

A Celebração Eucarística quando for possível

A Celebração comunitária para os que convivem

 A CONVIVÊNCIA:

Planejamento conjunto mensal

Revisão de vida semanal

Momentos de lazer e espiritualidade

Partilha fraterna de problemas e dificuldades.

 

A NOSSA ESTRUTURA:

Temos uma coordenação local que orienta a nossa missão e com a qual somos convocados a estabelecer um diálogo. Confiamos que o relacionamento comunitário se dê na harmonia e no consenso, porém em caso de conflito de idéias e na pastoral, a coordenação terá que escolher normas e caminhos em comunhão com a Igreja local e orientados pela CNBB via Comire.

A programação será feita conjuntamente levando em conta a programação da diocese.

No primeiro ano a nossa equipe vai “depender” em sua programação da equipe local do Nordeste 5 que já está atuando. A primeira atitude será de escuta: da Igreja, do povo, da equipe que já atua numa dinâmica de avaliação e partilha e participação. A missão é de Jesus e o primeiro protagonista é o Espírito Santo.

A comunidade, deve cultivar umas atitudes permanentes que caracterizam o ser missionário:

Os/as missionários/as entram na comunidade que os acolhe de modo discreto, atentos às culturas e aos costumes locais.

Os missionários/as devem estar atentos à caminhada do povo e da igreja diocesana, sem pretender fazer prevalecer ou sobressair sua própria cultura e idéias.

VIII. Formação para a missão Além fronteiras

É de suma importância que os/as missionários/as Além Fronteiras, antes de iniciarem o trabalho se preparem adequadamente. COMIRE e CNBB vão oferecer cursos específicos. Estes cursos serão definidos a nível nacional ou regional.

Será exigido um compromisso de preparação a nível pessoal durante os meses antecedentes o envio e durante o estágio e dos cursos programados.

Além de uma motivação e espiritualidade missionária terão cursos de formação de cunho antropológico e bíblico conhecendo um pouco da cultura bantu e da história de Moçambique e da Igreja em Moçambique.

Uma idéia que está tomando pé é que os candidatos/as à Missão façam uma experiência conjunta preliminar numa aldeia indígena ou numa comunidade quilombola, pelo período de três meses. Para esta experiência sejam definidos os objetivos, a metodologia, a espiritualidade, e a convivência entre os candidatos e, no final da experiência seja feita uma avaliação conjunta.

 

OBS. Solicitar ao IPAR a programação de um curso específico relacionado a missões além fronteiras. Segue a sugestão de alguns pontos:

Relações humanas…caminhos, exigências, auto-cultivo…valores-limites-desafios…(tendo em conta realidade e culturas diferentes- pensar não só na equipe, mas da equipe com as comunidades de Moçambique….)

Antropologia = Povos e sua cultura: como conhecer, respeitar, valorizar…reconhecer as “sementes do verbo nesta realidade”.

A missão à luz da Palavra de Deus e dos Documentos da Igreja (GS e AG de origem e destino)

Cristologia: na missão nosso mestre é Jesus! (sua mensagem, pedagogia, seu projeto)

IX. Tempo de permanência e continuidade

Propomos um período mínimo de permanência de 04 anos em Moçambique. Neste tempo, o missionário/a contribuirá com um serviço valioso e também manterá o vínculo com sua igreja de origem. O missionário terá dois meses de férias a cada dois anos de serviço.

X. Escolha das pessoas

As pessoas devem apresentar alguns requisitos iniciais:

fazer um pedido formal de se engajar na missão de forma voluntária e por um período mínimo de 04 anos;

ser apresentada pelo pároco ou coordenador ou acompanhante espiritual;

ter experiência pastoral na diocese ou paróquia de ao menos 02 anos);

gozar boa saúde;

Os candidatos/as passarão por um discernimento da comunidade e da equipe de COMIRE/CNBB. Este processo de avaliação é importante para ajudar a pessoa que se sente chamada a dar o passo inicial certo que garanta sua continuidade e dê segurança em suas escolhas.

O discernimento terá vários níveis:

a própria pessoa: Sejam pessoas maduras, dotadas de notável solidez humana e espiritual, de boa saúde e motivação sincera.

o engajamento na Igreja e a vivência em comunidade: Demonstrem capacidade e atitudes para uma vida comunitária. Sejam bem inseridas na vida da Igreja Diocesana, de maneira que se tornem uma expressão missionária da mesma.

requisitos para a missão além fronteiras: Demonstrem abertura para um diálogo interreligioso e ecumênico. Tenha humildade e abertura em vista de uma inculturação da mensagem evangélica

OBS. Manter um processo permanente de seleção e formação de missionários/as para esta missão específica para garantir a substituição sempre que necessário ou nos períodos previstos. Queremos com isso evitar que toda a equipe seja renovada ao mesmo tempo.

XI. Algumas orientações práticas

A implementação deste projeto entre dioceses e congregações religiosas que enviam missionários e diocese que os recebem será regulamentada por um convênio em termos acordados pelo Regional Norte 2 da CNBB. O objetivo é estabelecer vínculos estáveis de compromisso na cooperação missionária evitando possível delegação de decisões e iniciativas em nível particular, que poderão comprometer a especificidade e o bom andamento do projeto.

Este convênio estabelecerá:

a duração do serviço

a gratuidade do serviço

a sustentação econômica adequada

as despesas das viagens.

relação com o Bispo e a Igreja Local

apoio do Regional Norte 2

acompanhamento na missão

procedimentos no caso de doenças ou morte

procedimentos no caso de contrastes e dificuldades

 

OBS. Ver a possibilidade do seguro de vida que cobre situações de doença ou morte.

É importante que o relacionamento entre a Igreja que envia e a que recebe, se dê através dos missionários/as e que resulte num intercambio e enriquecimento recíprocos.

Em razão da pobreza da população de Moçambique, será de suma importância que a igreja que envia assuma as despesas relacionadas com os missionários/as.

Para tanto, será de muita importância criar um clima missionário em toda a Igreja que envia, de modo que a comunidade se sinta responsável pela manutenção dos missionários enviados.

XII. Sustentabilidade econômica

Nós como parte de Regional Norte 2 temos que garantir a viabilidade da missão através da contribuição econômica. A missão em Moçambique para que expresse o compromisso missionário Além Fronteiras de nossas igrejas têm que ser sustentada por recursos das próprias igrejas e não por recursos do estrangeiro. Como atitude básica junto aos agentes da Diocese de Lichinga e ao próprio povo, vamos realizar o programa missionário a partir dos recursos que a própria igreja e o povo podem oferecer.

O sustento não visa projetos extras no lugar da missão, mas sim garantir o próprio sustento da equipe de missionários. Isto inclui para 04-05 pessoas:

Cursos de preparação

Experiência de convivência durante três meses

Documentação

Subsídios

Viagens internas

Viagem para a missão de ida e volta

Viagem de férias depois de dois anos

Visto em Moçambique

Despesas pessoais mensais durante 04 anos

Despesas com trabalho missionário ordinário

Saúde: antes, durante e depois da missão

Seguro de vida

Retorno e inserção na sociedade e igreja

Despesas de acompanhamento da equipe por parte de COMIRE e CNBB

Pelo cálculo aproximado que fizemos a partir da experiência do Nordeste 5, calculamos uma despesa anual entre 50 e 70 mil Reais, dependendo do número de pessoas.

Como garantir este fundo?

Se o regional assumir de fato a missão poderíamos propor a experiência do Sul 3 que dedicou o dia de Pentecostes para colheita regional das ofertas nas missas para a missão em Moçambique;

Cada diocese poderia taxar-se com uma determinada quantia anual para sustentar a missão: é esta a escolha do Nordeste 5 que porém não funciona bem;

Além da contribuição das dioceses e prelazias nós poderíamos apelar para as paróquias, comunidades, grupos, Congregações e pessoas. Pediríamos um compromisso anual de R$ 1.000,00 durante 04 anos a ser depositados na conta da missão

A missão abriria um conta específica em nome da CNBB, mas administrada pelo COMIRE, com prestação de conta mensal para contabilidade da CNBB Regional.

Quanto à conta o COMIRE teria: um que assina cheques junto com alguém do Regional da CNBB; um administrador/a, e dois fiscais.

A prestação de contas periódica seria publicada e socializada via “IDE”.

XIII. Acompanhamento

A Igreja que envia tenha uma especial atenção com os missionários/as. Mantenha comunhão através dos recursos disponíveis: cartas, visitas pessoais e outros meios.

XIV. Retorno para a Diocese de origem

Os/as missionários/as que retornam para suas dioceses, após o serviço, sejam acolhidos com boa disposição e alegria.

A diocese considere o retorno dos missionários/as como um dom. A experiência por eles vivida em terra de missão Além Fronteiras deverá ser entendida como enriquecimento para a Igreja local.

Será de grande valia e segurança para o missionário se a diocese puder garantir a acolhida e também a possibilidade de um trabalho.

XV. A animação missionária vocacional

A auto-compreensão da Igreja como missionária mostra a urgência de uma séria animação missionária que interesse a todos os batizados e ofereça incentivos a um generoso espírito missionário.

Trata-se de ajudar os cristãos a descobrir o caráter missionário do sacramento do Batismo; de lembrar para os sacerdotes que eles foram ordenados para a Igreja Universal; de fazer compreender aos consagrados a importância do seu testemunho de fé, numa terra de missão.

É urgente animar a comunidade diocesana, para que toda a atividade pastoral tenha a marca missionária. É importante descobrir e valorizar a missionariedade na liturgia, nas pastorais sociais, na catequese, na Pastoral da Juventude e na prática da caridade.

Particular atenção deve ser dada à Pastoral da Juventude. Esta Pastoral deverá ser missionária e vocacional. É necessário que os jovens se sintam interpelados e chamados assumir a missão da Igreja.

Igualmente especial seja a atenção à formação dos seminaristas, a qual deve ter a missionariedade como eixo transversal, para que se tornem ardorosos presbíteros missionários. É importante oferecer a eles oportunidade para estágios missionários durante o processo formativo ou para experiências missionárias em tempo de férias.

 

Caminhando na luz da fé,

na força da esperança e

no fogo do amor

Contatos:

padrenello@gmail.com

cimibelem@hotmail.com

 

 

 

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O CAMINHO PARA A MISSÃO: passo por passo.

O primeiro passo é divulgar junto aos organismos eclesiais que o regional Norte 2 está abrindo uma missão na África e que COMIRE é o ponto de contato. Como divulgar vamos ver. Como fazer o convite aos padres?

Uma pessoa se apresenta. A quem? É uma ou mais pessoas? Em primeiro lugar tem que ficar claro porque uma pessoas pensa de sair do Brasil para ser missionário na África? De qual ambiente vem esta pessoa? Onde trabalhou? Quem apresenta? Quais as motivações que apresenta?

Uma vez estabelecido o contato, entramos no processo de discernimento. Comunicamos o método e o cronograma e já entregamos alguns textos de reflexão, inclusive este manual. Pedimos que a pessoa mesmo entre no processo de discernimento pedindo a luz do Espírito Santo e o Conselho das pessoas sábias que a conhecem.

A segunda fase será as etapas de preparação que comportam todos ou parte destes passos: estudo individual ou em grupo dirigido, de textos fornecido pelo COMIRE; Curso no IPAR; Curso em Brasília para missionários Além fronteiras; estagio acompanhado.

Avaliação final; marcar a data e lugar do envio. Providenciar a documentação. Fixar a chegada em Lichinga com a equipe local.

Durante todas as etapas o bispo e a equipe de Lichinga estaremos em comunicação para, desde o começo, estabelecer a orientação para o primeiro trabalho na diocese, lugar de moradia, equipe local e outras indicações que é importante que os missionários saibam.

Celebração do envio como momento de sensibilização e compromisso missionário.