SEMINÁRIO LAUDATO SI’ E REPAM – CUIABÁ-MT

17 a 19 de junho de 2016

Compromissos – Regional Oeste 2

Dialogando com o apelo do Papa Francisco, na Laudato Si’, para o cuidado da Casa Comum, a Rede Eclesial Panamazônica – REPAM, idealizou uma série de Seminários na Amazônia Legal para dar eco ao chamado do papa à conversão ecológica, em vista da fraternidade universal. O primeiro destes seminários aconteceu em Cuiabá-MT, reunindo 97 representantes das Dioceses e Prelazia de todo o Regional Oeste 2 da CNBB, entre os dias 17 a 19 de junho de 2016.

A abertura do Seminário contou com a presença do Arcebispo Emérito de São Paulo e Presidente da REPAM, Cardeal Dom Cláudio Hummes, refletindo sobre as ressonâncias da Laudato Si’ na COP21. Participaram também do evento, pastorais, organismos de comunhão, movimentos e serviços; indígenas, quilombolas e ribeirinhos, membros da sociedade civil organizada, do poder legislativo do Estado do Mato Grosso, das universidades; assessores da CNBB e do Comitê Nacional da REPAM; seminaristas, religiosos (as), presbíteros e bispos do Regional Oeste 2.

Considerando o processo de preparação para esses dias de encontro e sua realização encaminhada através de apresentações, debates, celebrações, convivência, trabalhos em grupo, os participantes do Seminário Laudato Si’ e REPAM – Regional Oeste 2, assumem as propostas a seguir, organizadas em três linhas de ação:

  • Iniciativas para replicar/multiplicar as reflexões e compromissos deste Seminário:
  • Organizar seminários diocesanos sobre desafios e perspectivas a partir da Laudato Si’, em diálogo com as experiências pastorais das comunidades;
  • Facilitar acesso a subsídios para encontros nos grupos, na catequese e nas comunidades, como meios de multiplicação deste seminário na Igreja Local;
  • Utilizar, na formação continuada, os materiais já existentes tais como: Entrevista com o Papa Francisco, Campanha da Fraternidade e novela da REPAM sobre a Laudato Si’.
  • Trabalhar o tema da conversão ecológica em todas as pastorais, movimentos e serviços, com divulgação na mídia local em parceria com as escolas e órgãos públicos;
  • Intensificar o processo de formação relacionado à questão agroecológica e agroflorestal para o fortalecimento das práticas de agroecologia e da preservação das nascentes;
  • Realizar seminário sobre agrotóxicos;
  • Incentivar atividades de sensibilização da comunidade local envolvendo universidades, escolas, conselhos e movimentos sociais.
  • Como dar continuidade à “semente” da REPAM aqui plantada:
  • Criar equipe regional da REPAM como elo de ligação entre dioceses, regional, nacional, para trabalhar as temáticas da REPAM nas assembleias diocesanas;
  • Rearticular as pastorais sociais e fazer a formação de lideranças para intervir na realidade social;
  • Realizar acompanhamento contínuo da REPAM Nacional ao núcleo regional da REPAM, no processo de implementação das diretrizes básicas da Rede Eclesial Panamazônica;
  • Incentivar reflexão e prática comuns entre as dioceses no processo de assimilação e implantação das propostas da Laudato Si’, incluindo a REPAM dentro do plano de pastoral do regional;
  • Criar núcleo da REPAM em cada diocese com representantes de todas as paróquias.

Compromissos ousados para nossa Igreja:

  • Fortalecer conselhos municipais e órgãos de fiscalização para pressionar a criação e efetivação de leis de proteção e preservação da vida;
  • Instituir a REMSOL (Rede Matogrossense de Educação e Socio-economia Solidária);
  • Assumir o Fórum Estadual de Economia Solidária;
  • Criar comitê regional estendendo às dioceses; cobrar dos poderes públicos: estadual e municipal, as alterações (e adequações) do Código Florestal – Ambiental;
  • Formar um Comitê Ecumênico permanente para assuntos da Casa Comum;
  • Conscientizar a comunidade local para observar e comunicar, às autoridades competentes, as questões relacionadas ao saneamento básico: desperdício de água, lixo reciclável, roubo de água, esgoto a céu aberto e agrotóxicos;
  • Educar para a percepção da problemática dos sem terras, assentados e indígenas, com destaque para o papel profético de denúncia da violência envolvendo estes atores;
  • Fomentar a criação do fórum regional contra os impactos dos agrotóxicos, em parceria com a MPT, UFMT, UNEMAT e demais entidades da sociedade civil;
  • Incentivar a implantação de fontes de energia alternativas nas igrejas e espaços eclesiais (energia solar);
  • Apoiar a Lei de iniciativa popular “Desmatamento Zero Já” e uma reforma agrária ampla e efetiva.

Tendo presente que a conversão ecológica nos renova na consciência de guardiães da obra de Deus, como parte essencial da experiência cristã (cf. LS, 194) nos comprometemos com as propostas supracitadas. Assumimos nossa responsabilidade na construção da fraternidade universal (cf. LS, 228), confiando-nos à especial proteção de “Maria que cuidou de Jesus e agora cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido” (LS, 241).