Missão nas Fronteiras: uma necessidade, um chamado, um desafio

Faz 4 anos que o projeto nasceu no COMIRE N2 e 03 anos que foi apresentado e refletido com a CNBB e CRB N2, que apoiam a iniciativa.

Entramos em contato com várias Congregações Re-ligiosas masculinas e femininas e algumas paróquias.

Os bispos de Macapá, Caiena e Suriname também foram contatados, assim como equipes locais em Oiapoque, Caiena e St. Georges e Paramaribo.

A Missão nas Fronteiras iniciou em 2014, proporcionando um estágio para 04 pessoas. Destas nenhuma foi para frente. Mantivemos contato com mais candidatas e no começo de 2015 fizemos a proposta de uma convivência: estudo, partilha e discernimento entre elas e com a equipe coordenadora. A convivência se realizou com 04 candidatas em três etapas: mês de fevereiro em Belém na casa do CIMI; Semana Santa nas aldeias Tembé do Rio Guamá; o mês de abril na cidade de Oiapoque – AP. No começo de maio iniciou a Missão nas Fronteiras integrada por duas irmãs e uma leiga. São elas: Irmã Maria Aparecida Silva Viana, da Congregação das irmãs da Providência de GAP, Província do Sul – SP; a irmã Zenilda Bernardo Cruz Ferreira, da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus; e Ruth Oliveira Tavares, leiga, da Paróquia S. Francisco Xavier, da Arquidiocese de Belém.

Deixamos as missionárias com a tarefa de conhecer a realidade de Oiapoque e St. Georges, colher as informações sobre o tráfico humano, tráfico de drogas e o fluxo dos migrantes. Estabelecemos uma boa convivência com os padres e nos oferecemos para colaborar na paróquia, deixando clara a finalidade de nossa presença. As missionárias começaram a visitar as famílias da periferia da cidade e iniciaram o estudo da língua francesa. Com o padre Agostinho começaram a visitar também as aldeias indígenas.

Conseguimos recuperar o prédio para servir de moradia para as missionárias e visitantes. Atualmente o prédio está equipado e adaptado para moradia. Para o 2016 prevemos preparar mais dois ou três quartos, prevendo a chegada de mais pessoas e visitas.

No começo de novembro o Padre Nello e Irmã Re-beca visitaram os padres Oblatos em Caiena; o bispo da diocese: Mons. Emmanuel Lafont estava na França; após Caiena visitaram os Redentoristas em Paramaribo. O objetivo da visita foi propor a formação de equipes articuladas com o mesmo objetivo, em cada País e fazer uma programação conjunta.

Programação em Oiapoque:

1. Após 08 meses da abertura da missão, sentimos necessidade de abrir, na cidade de Oiapoque, uma secretaria de apoio aos migrantes com a finalidade de:

• orientá-los para as repartições onde regula-rizar a situação, encontrar apoio em comida e mo-radia, procurar emprego e chegar ao destino final.

• Proporcionar orientação a fim de prevenir-se contra o tráfico, a prostituição e as drogas.

2. Sempre pensando nos migrantes, pensamos tam-bém na conveniência de um quarto de apoio para descanso, tomar um banho, utilizar o banheiro e comer alguma coisa.

Esta estrutura reforçou a necessidade de nos arti-cularmos com outras entidades de apoio e secreta-rias do Governo e da Prefeitura, pelo fato que so-zinhos a nossa atuação seria muito limitada e tiraria a responsabilidade dos órgãos responsáveis em resolver esta situação.

3. Outra atividade missionária é trabalhar na PRE-VENÇÃO. Queremos produzir subsídios, folhetos de alerta, documentários e realizar a prevenção nas escolas, igrejas e comunidades. Dar continuidade com os trabalhos manuais nos bairros, junto as mulheres e as adolescentes que já estão desenvol-vendo suas habilidades.

4. Para 2016, pretendemos organizar e promover a denúncia (tanto explícita como anônima) dos abu-sos. Vamos ver como fazer isso com as entidades parceiras.

5. Continuam as visitas nas periferias e o acompa-nhamento da equipe atual com a Vila Vitória, Infra-éreo e São Raimundo.

6. Continuar o apoio limitado nas atividades pastorais a pedido do pároco.

7. Prevemos também para o ano 2016 algum tipo de articulação com a Paróquia de St. Georges e com as equipes na Guiana Francesa e Suriname.

Contamos em 2016 com o engajamento de pelo menos mais duas missionárias.

8. Continua o apoio nas aldeias indígenas junto com a equi-pe do Cimi.

Neste área da missão pedimos aos redentoristas, através do Padre Antonio Zanini, que atualmente trabalha com padre Livio na Paroquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Macapá, de consultar os Redentoristas quanto à possibilidade de realizar as Santas Missões Populares nas aldeias indígenas de Oiapoque.

Padre Antonio já fez contato com os redentoristas responsáveis que darão uma resposta através do Padre Pau-linho que estará em Belém antes do final do mês. Se as San-tas Missões se realizarem queremos convidar pelo menos Joca (pe. João Silvino), padre oblato que trabalha em Remi-re-Mont Joly na Guiana, e Jorge e Augusto, dos Redentoris-tas de Paramaribo, a participar. Quem sabe se isto não vai ajudar as igrejas das duas dioceses a iniciar uma Pastoral Indigenista Inculturada e específica?

Visita à Guiana Francesa:

No começo de novembro, ficamos na casa dos O-blatos em Remire-Mont Joly. Tivemos contatos com grupos e instituições, pelos padres Joca e Elias. O maior contato foi com a Associação “Bay Lanmen Yana” que se dedica à re-cuperação de crianças que sofreram abuso sexual. Eles es-tão editando um DVD sobre este tema e orientando como se defender. O DVD será publicado também em português e nós pretendemos dar ampla divulgação ao mesmo. Espera-mos também que, através dos contatos possa nascer um grupo interessado a levar em frente o trabalho junto com Brasil e Suriname.

Programação na Guiana Francesa:

O contato com a aldeia indígena nos estimulou na necessidade de fazer algo para estimular uma pastoral indi-genista organizada e inculturada na Igreja de Caiena.

Esperamos ter intercâmbio com a Associação “Bay Lanmen Yana” em vista de uma trabalho de sensibilização e prevenção nas escolas e igrejas. Ainda esperamos que surja uma equipe missionária mais específica que junte as forças com a equipe de Oiapoque e mais tarde Suriname. Para isso, achamos importante ter um contato direto com o senhor Bispo e aprender a língua francesa.

Visita ao Suriname:

No Suriname, fomos acolhidos pelos padres Re-dentoristas: irmão Jorge Tarachuque, padre Augusto e padre Croon, que nos deram todo apoio. Através deles, tivemos contato com o bispo, agora emérito, Dom Wilhelm de Bek-ker, responsável pela Justiça e Paz e que demonstrou simpa-tia pelo projeto missionário. No Suriname, levamos um dia para fazer contato com Henna Mawo em Nickerie, que era o nosso ponto de referência para adquirir informações sobre o tráfico de pessoas. Com ela e com outras pessoas, tivemos uma ideia da situação no Suriname que é muito séria, principalmente nos garimpos e cassinos-hotéis.

No Suriname, atuou o Beato Pedro Donders, muito apreciado pelo povo e pelos Redentoristas. Nós achamos que este beato é como um ponto de referência para a nova missão. Foi no mesmo sentido que ele, na sua época, esco-lheu dedicar a sua vida aos abandonados e esquecidos. Hoje, nós também propomos a missão em direção aos esquecidos, abandonados, invisíveis, vulneráveis e marginalizados. Pensamos que poderia surgir uma comunidade missionária resgatando o carisma do Beato Pedro Donders, atualizando as escolhas para o dia de hoje: migrantes, drogados e trafi-cados. O padre Augusto abraçou a ideia e vai incentivar para que se forme este grupo.

Programação no Suriname:

Pensamos iniciar o trabalho missionário nas comu-nidades brasileiras e contando principalmente com elas.

O padre Augusto vai propor a formação de um grupo missionário inspirando-se na espiritualidade do Beato Pedro Donders, muito próxima da Missão nas Fronteiras.

• Uma vez formado, queremos ajudar em dar uma formação e ter uma espiritualidade específica;

• Propor uma pesquisa para conhecer a realidade;

• Visitar os garimpos com uma proposta missionária;

• Privilegiar principalmente a prevenção através da informação.