A PASTORAL INDIGENISTA EM REDENÇÃO

A PASTORAL INDIGENISTA EM REDENÇÃO

Queremos apresentar algo que podemos dividir em duas partes:

A Patoral Indigenista da Equipe missionária do CIMI na cidade de REDENÇÃO

e uma exposição missionária de rara beleza e muito rica em seu conteúdo.

É um Diálogo e Intercâmbio entre dois mundos.

 

Para nós, da equipe da Pastoral Indigenista da Diocese de Conceição do Araguaia

a SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS,  é “ESPECIAL”. Tanto “especial” que decidimos recorrer à folha do jornal “O Católico”, um dos meios de  comunicação da Diocese, para que todo mundo saiba da importância deste acontecimento, não só para os povos indígenas, primeiros moradores do Brasil, mas para o próprio povo de Redenção e da região toda do sul do Pará, que inclusive foi ocupando o território, desenvolvendo atividades e se formando como “realidade sócio-econômica-política e religiosa,  muitas vezes a custa e a revelia da vontade dos povos indígenas.

 

 

Em primeiro lugar então queremos que o maior número possível de pessoas da cidade de Redenção, em particular os estudantes dos vários colégios e instituições educativas e culturais,  venham a conhecer “O Centro de Pastoral Indigenista – “Padre Antônio Lukesch”,  na Av. Maria Ribeiro, n. 93, Setor Serrinha.

Lembramos que este “Centro” foi aberto em 2001, para OFERECER UM ESPAÇO ALTERNATIVO AOS NOSSOS IRMÃOS ÍNDIOS KAYAPÓ. Chamamos de “alternativo” este “espaço” porque é “livre e positivamente oferecido” por parte da Igreja católica (através da equipe da Pastoral Indigenista), sem nenhum outro compromisso a não ser aquele dos índios “ficarem a vontade”, aproveitar da sombra das mangueiras, tomar um copo de água gelada e as crianças correr e brincar no espaço livre, colher as frutas se conseguir amadurecer ……Além naturalmente de tomar um banho para tirar o cansaço, o calor e a poeira do dia.

Além disso o espaço do “Centro Pe. Antônio Lukesch” oferece aos Kayapó:

  • uma sala maior para assistir vídeos (DVD)  sobre sua vida, suas festas-celebrações, para conhecer outros povos indígenas do Brasil  e a realidade do Brasil e do mundo….Inclusive para conhecer a vida e a mensagem de Cristo…..Lembramos, especialmente aos nossos irmãos kayapó que todos os sábados a partir das 14,00 hs. há o encontro de oração e reflexão bíblica oferecido especialmente para eles.
  • oferece, às mulheres em particular, a possibilidade de aprender a costurar seus vestidos e a roupa da família,  inclusive poupando um dinheirinho….Para isso há sempre alguma das irmãs (Ana Lúcia, Rogéria, Joaneide)  que incentiva e acompanha o “corte – costura”. Neste lugar (mas também no laboratório construído perto da casa das Irmãs, na Rua Castro Alves, n° 25) às mulheres kayapó podem aprender mais sobre como cuidar melhor da saúde, da alimentação das crianças (Pastoral da Criança)…..e dos próprios familiares,
  • oferece, ainda aos\às alunos\as kayapó que estudam na cidade, umas aulas de reforço escolar, administrados pelos Prof.es Ir. Raymundo e Irmã Rogéria,
  • oferece, além disso tudo, aos jovens kayapó a possibilidade de conhecer e usar o computador, a filmadora, para eles mesmos realizar reportagens sobre sua vida, suas festas e acontecimentos importantes nas aldeias…….aprendendo a contar a sua história através das imagens, além de ouvi-la narrada pelos anciãos das aldeias.
  • Oferece o espaço do “chapéu” construído na parte central da chácara, para reuniões informais e outras atividades, inclusive aquela da confecção de seu característico artesanato.

No “Centro Pe. Antônio Lukesch” enfim, os índios kayapó tem sempre a oportunidade de encontrar algum dos Padres Xaverianos (Renato, Saul, Raymundo, Zezinho)  para conversar, inclusive na língua deles, não só para contar um pouco da sua vida nas aldeias, mas também dizer as razões pelas quais se encontram na cidade. Há um âmbito na vida de todos nós, muito mais, com certeza, na vida dos índios kayapó longe das aldeias, que necessita de espaço para conversar, desabafar, um espaço onde se fala do sofrimento, das alegrias e dificuldades da vida, mas sobretudo dos valores evangélicos que devem iluminá-la.

A partir disso nascem propostas, pequenas iniciativas, os convites, para nós os Padres e  Irmãs visitar os mesmos índios nos seus pontos de apoio, de pernoitamento em Redenção, e chegar até as aldeias de Gorotire, Las Casas, Kriny, Kre´ãpari, Kawatire…………….

A partir disso tomam-se iniciativas tendo em vista as justas reivindicações (inclusive previstas pelas leis federais) que falam a respeito da defesa do território, do ambiente, do direito à saúde, à educação (bilíngüe), à sua própria organização social, à participação política  e a suas manifestações culturais e religiosas.

 

No Centro de Pastoral Indigenista Pe. Antônio Lukesh, nascem espontâneas as oportunidades, para refletir (nós e os índios) sobre o desafio da convivência junto à sociedade, ao mundo “dos kuben, dos não índios”. Não se trata só dos perigos do alcool

pequena kayapó

ismo, das drogas, da prostituição, do dinheiro fácil…….mas da própria sobrevivência e subsistência física e cultural do povo kayapó.  Para isso se tomam iniciativas, sempre através de conversas e reflexões, inclusive junto a outros povos indígenas e a entidades de apoio.

Em segundo lugar, pelas razões que acabamos de lembrar, tomamos finalmente a iniciativa de chamar a atenção de todo mundo sobre a necessidade de superar e eliminar as causas dos conflitos, das incompreensões entre o povo kayapó (os povos indígenas em geral)  e a sociedade dos não índios (sociedade envolvente).  Objetivo de todos é a convivência pacífica, amigável, respeitosa entre o povo kayapó e o povo de Redenção. Temos a convicção de que se houver a participação de todo mundo no esforço de conhecer os valores e “as artes” dos dois povos, Redenção poderá se tornar um exemplo concreto de como é possível o entendimento, a estima recíproca, e, com a colaboração de  todos, formar aquele mundo, “FAMÍLIA de DEUS”  que Deus quer e espera desde a eternidade.

IMPORTANTE: O Centro da Pastoral Indigenista “Pe. Antônio Lukesch” situado na Av.da Maria Ribeiro, n° 93 estará aberto ao publico , para visitas e encontros de 13 – 19 de abril (19, dia do índio) das 08 – 12,00 hs. e das 14,00 – 18,00 hs.

Telefone para contatos: (0XX – 94 – 3491 – 0351, residência dos Miss. Xaverianos

(  “        “  ) – 3424 – 1446, Centro P.I. “Pe. Antônio Lukesch”