A morte do estudioso de línguas indígenas Aryon Dall’Igna Rodrigues

Em 24 de abril, faleceu, aos 89 anos, Aryon Dall’Igna Rodrigues, linguista brasileiro, considerado um dos mais renomados pesquisadores de línguas indígenas no Brasil. Ele nasceu  em Curitiba, no dia 4 de julho de 1925.

Primeiro brasileiro a obter o título de Doutor em Linguística (Universidade de Hamburgo, Alemanha, 1959), Aryon Rodrigues foi convidado por Darcy Ribeiro para organizar a primeira pós-graduação em Linguística no Brasil, na recém-criada Universidade de Brasília (UnB). Aryon desligou-se da UnB após o Golpe de 1964, em solidariedade aos colegas demitidos e perseguidos pelos militares, passando a atuar na UFRJ e, posteriormente, na UNICAMP.

Ao longo de sua carreira, que se estendeu por praticamente sete décadas, se dedicou à análise e documentação de várias línguas, como o Xetá e o Tupinambá, da família Tupi-Guarani (tronco Tupi), e o Kipeá, da família Kariri (tronco Macro-Jê), além da formação de dezenas de novos linguistas, através da orientação de teses e dissertações em universidades como a Unicamp e a Universidade de Brasília (UnB), onde atuou até falecer. Além de trabalhos de linguística descritiva e teórica, Rodrigues dedicou-se ao estudo histórico-comparativo das línguas indígenas do continente, particularmente no que diz respeito às línguas Tupi. É de sua autoria uma das principais hipóteses de relacionamento genético de longo alcance nas terras baixas da América do Sul, envolvendo os troncos Tupí e Macro-Jê e a família Karíb2 3

Aryon Rodrigues publicou mais de 150 trabalhos científicos, entre artigos, capítulos de livros e livros (ver currículo Lattes). Criou e dirigiu o Laboratório de Línguas Indígenas (LALI) na UnB, e foi um dos criadores e editores da Revista Brasileira de Linguística Antropológica (RBLA). Em janeiro de 2013, participou da criação do Instituto Aryon Dall’Igna Rodrigues (IADR), que passou a ser a instituição responsável pelo inestimável acervo documental e bibliográfico reunido pelo pesquisador ao longo de sua carreira acadêmica.

Fonte: Wikipédia